Em 2019 o comércio eletrônico brasileiro faturou R$ 61,9 bilhões, um crescimento de 16,3%. O número que surpreendeu os analistas e mostrou que, cada vez mais, o brasileiro está abraçando o e-commerce e o tornando parte de sua realidade de consumo.
Em contrapartida, a velocidade da internet brasileira está bem abaixo da média mundial. Será que isso atrapalha a venda no varejo online?
Expectativa de vendas pela internet no Brasil
O Ebit|Nielsen, empresa responsável pelos dados que citei acima, ainda previu que, em 2020, o e-commerce deve continuar crescendo. Na época da análise era previsto um faturamento de R$ 74 bilhões, impulsionado por novos entrantes no mercado, principalmente do setor de alimentos e bebidas.
Com todos esses dados indicando crescimento é importante estar ciente: o consumidor está cada vez mais atento às novas tecnologias, pesquisando preços e prezando pela segurança ao comprar pela internet. Ele também está cada vez mais exigente, não só em relação aos produtos, mas também em relação aos serviços e a experiência digital que terá durante a compra.
Como são as conexões no Brasil
Segundo o Speedtest Global Idex, que classifica os países de acordo com suas respectivas velocidades de internet, o Brasil ocupa o 83º lugar no ranking de velocidade para mobile e 57º lugar para web. Para você ter uma ideia, enquanto a velocidade de download mobile da Coreia do Sul, líder do ranking, é 93.84 Mbps, a da Brasil é 24.20 Mbps. A média global é 31.61 Mbps.
Esse valor, contudo, é uma média. Imagine, por exemplo, que a qualidade da conexão em uma metrópole é bem diferente da qualidade da conexão em um local mais afastado e com menos infraestrutura.
Além disso, enquanto a nossa internet não ser uma das melhores frente a outros países no mundo, nossa demanda aumenta gradativamente: o mercado eletrônico brasileiro já é considerado o 10º maior em uma escala global.
Se a internet é ruim e dependo dela para vender, o que posso fazer?
Você não pode mudar a situação da conexão geral de internet no país, isso é um fato. Contudo, não se desespere: você pode trabalhar para ser destaque na sua área de vendas com um site de fácil acesso e com boa usabilidade. Investir na construção de experiências digitais de qualidade pode assegurar que o cliente continue percebendo valor não está apenas no produto que você vende, mas também no serviço que você oferece.
No caso da Amazon, por exemplo, o CEO Jeff Bezos afirma que o modelo de operação da empresa é ter uma verdadeira “obsessão pelo seu consumidor”. Trate seu cliente da maneira que você gostaria de ser tratado, e acima de tudo, faça testes. Não espere para descobrir que seu sistema de compras tem defeitos no dia em que poderia ter realizado seu maior número de vendas. Aí vão algumas dicas:
- Coloque-se no lugar do cliente: com empatia, fica mais fácil se aproximar do consumidor para entender suas necessidades e desejos e buscar atendê-los da melhor maneira. Não vale só analisar seu cliente como um número, é importante pensar como se você fosse o cliente: como você gostaria que fosse a sua experiência de compras? Um estudo constatou que 14% dos usuários compartilha em redes sociais experiências que tiveram em um e-commerce lento, o que pode prejudicar a imagem do e-commerce.
- Conheça o tempo de carregamento do seu site: você pode otimizar seu site para que ele seja, além de responsivo, rápido de carregar. Estudos da Akamai mostram que o atraso de apenas um segundo no carregamento de uma página pode diminuir a conversão de vendas em 20,5% no mobile e 21,8% pelo computador. Não só na Black Friday, mas em qualquer época do ano, oferecer um site que não trava e não demora para carregar pode melhorar a percepção da sua marca.
- Prepare-se para um alto volume de acessos: outro detalhe importante é considerar o retorno que o seu investimento em marketing pode trazer. Já pensou gastar dinheiro com divulgação e, no dia que as vendas aumentarem, seu site sair do ar? Nessa hora, não vai adiantar culpar os servidores, a hospedagem, muito menos os clientes. Já existem planos flexíveis no mercado de hospedagem para garantir que o aumento de acessos não derrube seu site e não impacte negativamente na sua marca. Conheça casos de queda por altos acessos neste artigo.
- Teste, teste, teste: compra via mobile, compra via desktop, um produto só, muitos produtos numa mesma compra, pagamento no cartão, pagamento no boleto… várias possibilidades. Se seu comércio não está preparado para todos os tipos de venda, por exemplo, deixe ativos apenas aqueles em que você garante um bom serviço. Não corra o risco de queimar a imagem da sua marca!
Você pode ler aqui um estudo sobre quanto um site lento pode custar ao seu negócio.